Mês da consciência negra em Rio Preto é marcado por diversas manifestações culturais por projetos da cidade.


Por: Luiz Carlos Aranha ///

Ao tentar falar da cultura e dos rituais africanos, começamos a falar dos seus mais divergentes elementos: os tambores, e falar deles é uma tarefa difícil. Os tambores não são apenas tal como os vemos, têm em si conotações naturais e sobre naturais. Estão ligados aos rituais que se relacionam às danças, à música e à literatura.
Os escravos nas Américas impuseram seus ritmos e instrumentos, só que alguns destes escravos já eram islâmicos. Fato que confunde os estudiosos ao se aprofundarem na cultura musical africana.
Apesar de tantos serem os ritmos musicais que caracterizam a África Negra e mesmo sendo expressivas suas culturas musicais nas mais diversas nações das Américas e nas ex-metrópoles, escassa é a bibliografia para abordar este elemento antropológico.
A civilização negro-africana procede de uma visão unitária do mundo. Nenhum domínio é autônomo. O mesmo espírito anima e liga a filosofia, a religião, a sociedade e a arte negro-africana. As artes na África Negra estão interligadas: o poema à música, a música à dança. Em Rio Preto não fica difícil encontrar esses elementos culturais de tal importância para a nossa sociedade, sendo desenvolvidos e exercidos pelos cidadãos da sociedade.
Segundo a presidenta do conselho Afro-Brasileiro da cidade, Cecília Nunes, a entidade municipal apóia projetos culturais desenvolvidos por instituições como universidades, Fundação Casa, Projeto Mamãe Idalina e entre outros que recebem o apoio e que desenvolvem atividades relacionadas à cultura Afro em Rio Preto.
Esses projetos têm como objetivo, levar e incentivar a cultura e rituais africanos para crianças, jovens e adolescentes rio-pretenses. Apoiados pela prefeitura municipal e pela coordenadoria de cultura de Rio Preto, os projetos funcionam no período contrário das aulas dos frequentadores dos projetos.
Alguns jovens como na Fundação Casa, quer tornar a dança negra, profissão para seu futuro. É o caso de Felipe, nome fictício, que quando sair da instituição, além de querer ser professor de Educação Física, quer se tornar um professor de capoeira. “Quero ensinar pra garotada lá fora tudo o que eu aprendi aqui dentro como capoeira, percussão, acho que terei o que dar de exemplo bom para eles lá fora”, relata o garoto de 17 anos que está internado há seis meses acusado de participar de diversos assaltos a mão armada e tráfico de drogas em Rio Preto.
Para Cecília, a medida de levar ate esses jovens à cultura afro é uma vitória para o conselho, pois gradativamente a unidade vem conquistando mais parceiros nos projetos e levando cada vez mais a consciência da cultura negra para a população de um modo geral. “Eu sinto orgulho em saber que cada dia mais pode saber que jovens estão lidando e aderindo as danças, músicas, instrumentos da nossa cultura negra. Isso faz com que toda a sociedade pare de ter o conceito de que negro não faz parte de uma só raça e de uma só cultura”, explica a presidenta.
A programação da consciência negra segue durante todo o mês de novembro, exibindo atividades desenvolvidas pelos projetos como em Universidades, órgãos públicos, shoppings da cidade e nos próprios projetos que realizaram as atividades da cultura da sociedade de Rio Preto. Além dos projetos, estão programados palestras, oficina, exibição de vídeo e outros.

0 comentários:

Deixe aqui seus comentários, suas sugestões, fale o que quiser!